"Amigos são como estrelas..."

Crescemos. Como crescemos! Crescemos em tamanho, intelectualmente, em responsabilidades… Crescemos devagar, sem reparar, e num instantinho! Crescemos nos dias em que nos aconteceram coisas boas e nos dias que ficaram marcados da pior forma de serem lembrados.
E de repente estamos a acabar os cursos, a trabalhar, a evoluir e a fazer coisas que pensámos não ser capazes de fazer. Estamos a conversar sobre a melhor maneira de fazer as coisas, com conhecidos e desconhecidos que nos guiam e nos travam!
Crescer… Que é isso? De que é feita a vida? Acho que de vontades. Vontade de ir mais longe, de parar, de dar um beijinho e um abraço. Vontade de dizer obrigada por me terem mostrado coisas maravilhosas, por me terem acompanhado, por de longe ainda acompanharem.
Fico feliz por terem crescido comigo, por continuarmos a crescer, por termos medo de falhar e vontade que isso não aconteça (aquela vontade de ferro que todos vocês, sem excepção, têm, sei bem, e que o vai impedir). Fico feliz com os vossos sucessos, e fico orgulhosa do que vão conseguindo!

Andando por Maputo

Aqui estão algumas fotos, para vos ir satisfazendo a curiosidade...


Paragem do Chapa


Igreja de St. António da Polana


Vista sobre a baía


Jardim dos Namorados


Pois, nos dias de chuva as ruas ficam um bocado... difíceis de transitar ;)

Bicharada

Ontem fomos ambientar-nos com a bicharada... Embora estivessem todos um tanto paraditos... :)

Museu de História Natural

Ao contrário do que esperava, achei que é um bom museu. Tendo em conta a grande antiguidade da maioria dos animais e a falta de dinheiro para os conservar, até nem está nada mal. Nota-se o esforço para tornar o ambiente realista e tem coisas únicas, como por exemplo a famosa colecção de fetos de elefante (não há outra no mundo).

Descobri que o celacanto é um bicho enorme, assim como vários outros animais que na televisão parecem mais pequenos. Há de tudo no museu: répteis, mamíferos, peixes, aves, equinodermes, insectos... Há também uma exposição de etnografia.

Ai o tubarão-serra!!....

Um dos empregados, um senhor muito simpático, deu-nos explicações sobre alguns animais e deu-se ao trabalho de ir procurar no livro de visitas o nome de uma tal senhora que também é de Aveiro para nós vermos se a conheciamos... O jardineiro também esteve à conversa connosco. Aqui as pessoas são assim, dizem bom dia quando passamos por elas na rua apesar de não nos conhecerem de lado nenhum.

...E assim se fez um bom passeio!

Começar...

Finalmente tenho instruções para começar o meu projecto. Não me vou dar ao trabalho de explicar tudo decentemente porque o post ficaria tão grande que ninguém iria lê-lo até ao fim, de qualquer forma. Mas o objectivo final é a construção de mapas de vegetação e fauna para que seja possível actualizar as fronteiras dos parques nacionais onde vamos trabalhar, uma vez que elas foram definidas há já algumas décadas e alguns limites já não fazem muito sentido, pois as populações animais e as comunidades humanas modificaram os seus hábitos e zonas de ocupação ao longo do tempo. O próprio projecto também está a começar e o que vai ser feito é pioneiro em algumas zonas.
Fiquei um tanto assustada (como previa) porque vamos trabalhar com imagens de satélite e programas de computador dos quais não percebemos nadinha... E além disso há aquela carga psicológica de estar (finalmente) a fazer uma coisa séria. Mas o professor é simpático e eu gosto de aprender eheheh
Começo também a orientar-me em Maputo, embora tenha andado quase sempre de carro pela cidade. Este trânsito por aqui... pfff

Outros começos houve perto de mim... Muito boa sorte e muita saúde para o Miguel, que começa agora a maior aventura de todas!

Vendedores

Imensos. E vendem de tudo: fichas triplas, DVDs, vassouras, carregamentos para o telemóvel, batiks, esculturas em madeira. Vendem rebuçados, frutas e flores. Correm atrás de nós para tentar vender, pedem esmola. Estacionam carros, limpam pára-brisas. Sentam-se nas esquinas a pedir e a vender. Hoje parámos junto de um grande estendal de batiks e vieram logo 4 homens a correr na nossa direcção. Que técnica de venda… Em vez de comprarmos quase fugimos!
Aqui há de facto muita gente. Gente à espera do chapa, dentro do chapa, a pé nas ruas, de carro nas estradas. Os garotinhos brincam nos esgotos que circundam a rotunda grande onde passamos todos os dias (não me lembro do nome); brincam e tomam banho naquela imundice! Um dia destes vimos um homem na beira da estrada entre Maputo e a Matola acocorado a fazer as suas necessidades (sólidas…). Às vezes vêem-se pobres a remexer no lixo que voa para a rotunda.
Mas Maputo não é só isto. Nota-se que já foi uma grande cidade, moderna e bela. Está maltratada pelo tempo, não tanto pelas pessoas. Por essas foi apenas negligenciada. Os passeios e as estradas estão esburacados, e nestes dias de chuva algumas zonas ficam caóticas. A tinta das paredes dos prédios está escura e descascada. Mas ainda existem edifícios bem tratados, como o Hotel Polana (onde fomos hoje), e locais de lazer bem bonitos e coloridos, como o Jardim dos Namorados. A vista sobre a baía é também muito bonita. Maputo conserva, na minha opinião, “qualquer coisa”… Aquela beleza africana duma cidade um tanto esquecida mas bem viva, poeirenta de terra avermelhada…! :)

Parabéns para ti, hoje! Quem me dera estar contigo.

"Quem não tem amigo é que viaja sem bagagem."

E pronto, cá estamos... Acabou a espera!

A viagem de avião até foi boa, tendo em conta que estive dentro do avião mais de 11 horas e ficámos separadas... Mas só na última hora houve turbulência, portanto já me dou por muito feliz! Fomos recebidas com chuva mas calor abafado, claro.
Como o nosso orientador não está cá, temos "vacances" até à próxima semana, o que dá para ir passeando e conhecendo a zona, embora ao mesmo tempo tanto ócio às vezes seja demais eheheh O tempo tem passado devagarinho...
As saudades de casa e dos amigos vêm de mansinho invadir o pensamento de vez em quando...
Agora é tempo de ganhar energia para o que aí vem!...

"Quem não tem amigo é que viaja sem bagagem."
Terra Sonâmbula, Mia Couto