Na noite de 15 de Junho de 1978, um grupo de estudantes da Universidade de Aveiro estava entretido na residência masculina na R. Mário Sacramento a ver um jogo de futebol na televisão quando se lembraram que o ano lectivo devia ser enterrado, uma vez que estava “quase morto”. Assim, saíram à rua com colchas vermelhas pela cabeça simulando um cortejo fúnebre com muitos gritos de choro em que o “morto”, o ano lectivo, era representado pelo caloiro mais magrinho da casa, deitado numas tábuas encontradas numa obra ali perto. O cortejo dirigiu-se ao café “Convívio”, ponto de encontro dos estudantes da época (e de agora), e seguiu depois em direcção à residência feminina, na Av. Lourenço Peixinho. No entanto, antes de poderem lá chegar foram interrompidos pela polícia e levados para a esquadra.
No ano seguinte, a polícia já não impediu o cortejo fúnebre, apenas seguiu os estudantes que o fizeram… E em 1980, o cortejo já foi combinado com a PSP!
Por isso a semana académica de Aveiro tem o nome de Enterro do Ano e o cortejo dos estudantes faz-se na última noite da Semana, a uma quinta-feira. Os finalistas desfilam com um lençol branco com dedicatórias, simbolizando os montes de sal, que são o objectivo final da faina do sal, tradição de Aveiro. Sendo o produto final de um longo processo, eles representam a sabedoria.
Obrigada, muito obrigada!
Para cada um de vocês, um beijinho com sabor de sal, caril de amendoim e saudade…