quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Capítulo 0

Cansada de comparações, desistiu. Se os pensamentos não paravam, que fazer? Impossível impedi-los. Por isso, cedeu e decidiu analisar-se friamente. “Vai doer.”, pensou. Sim, e depois? Já doía.

“Ora vamos lá começar por fora… Hmmm, não, já passei essa fase.” E era verdade. Estava mais ou menos em paz consigo nesse aspecto. O que não gostava também não podia mudar, portanto para quê massacrar-se? Era completamente normal e saudável, o resto já pouco ou nada lhe importava.

Voltas e voltas na mente não a deixavam pensar com clareza, encadear ideias. Baralhou imagens e palavras, tudo a surgir num turbilhão. Estava cansada de se sentir menos. Menos isto, menos aquilo. E porquê? Que modelos teriam sido os seus ao longo da vida que eram sempre tão perfeitos, que era sempre menos que eles?! Será que eram todos assim tão capazes, tão pacíficos, tão naturalmente alegres? Provavelmente não...

Como era difícil contrariar as ideias más que vinham de mansinho aborrecê-la, motivadas por razões que pouco ou nada tinham de racional. Dava o melhor de si! Se isso não chegava, que mais poderia fazer?!

Farta de pensar, decidiu que não se importava. Precisava de tempo, e tinha direito a ele. Sabia que se não estivesse preocupada com nada aproveitaria melhor a vida e os momentos.

Assim, nesse dia, mandou embora o medo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como te compreendo...

As palavras ficam por dizem...às vezes o silêncio diz tudo, não é?

Adoro-te! És importante para mim!

Beijinho, Juju! Força, já falta pouco!

Dani