quarta-feira, 30 de abril de 2008

Semana do Enterro


Na noite de 15 de Junho de 1978, um grupo de estudantes da Universidade de Aveiro estava entretido na residência masculina na R. Mário Sacramento a ver um jogo de futebol na televisão quando se lembraram que o ano lectivo devia ser enterrado, uma vez que estava “quase morto”. Assim, saíram à rua com colchas vermelhas pela cabeça simulando um cortejo fúnebre com muitos gritos de choro em que o “morto”, o ano lectivo, era representado pelo caloiro mais magrinho da casa, deitado numas tábuas encontradas numa obra ali perto. O cortejo dirigiu-se ao café “Convívio”, ponto de encontro dos estudantes da época (e de agora), e seguiu depois em direcção à residência feminina, na Av. Lourenço Peixinho. No entanto, antes de poderem lá chegar foram interrompidos pela polícia e levados para a esquadra.
No ano seguinte, a polícia já não impediu o cortejo fúnebre, apenas seguiu os estudantes que o fizeram… E em 1980, o cortejo já foi combinado com a PSP!
Por isso a semana académica de Aveiro tem o nome de Enterro do Ano e o cortejo dos estudantes faz-se na última noite da Semana, a uma quinta-feira. Os finalistas desfilam com um lençol branco com dedicatórias, simbolizando os montes de sal, que são o objectivo final da faina do sal, tradição de Aveiro. Sendo o produto final de um longo processo, eles representam a sabedoria.

Este ano, em que sou finalista, não estou na minha cidade e na minha Universidade para viver esta Semana do Enterro, a última… Não estarei no desfile amanhã à noite, a festejar o fim desta etapa em que tanto aconteceu, a partilhar isso com os amigos que fiz nestes 5 anos, nas aulas e fora delas, a despedir-me com eles… Mas a amizade enviou-me para terras moçambicanas o meu lençol, assinado pelos meus amigos com palavras tão bonitas que me fizeram ficar com a lágrima no olho.
Obrigada, muito obrigada!
Para cada um de vocês, um beijinho com sabor de sal, caril de amendoim e saudade…


1 comentário:

Anónimo disse...

eheheh escrevi a minha dedicatória com a intenção de te deixar lavada em lágrimas eeheheh afinal sou kuase poeta eehehhe nós adoramos-te minha tola